Segundo a entidade, os empresários precisam de previsibilidade para planejar atividades, mapear riscos e custos, mobilizar pessoal e aprimorar a gestão
O índice de expansão do Covid-19 em Belo Horizonte é três vezes menor que o de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Com um ritmo de contágio mais controlado, a prefeitura da cidade já estuda medidas para a flexibilização da abertura dos estabelecimentos a partir do dia 25 de maio (segunda-feira). Atenta a esse cenário, a Fecomércio MG enviou ao prefeito Alexandre Kalil um ofício solicitando que, na hipótese de melhora do quadro atual, a data para o início da reabertura das atividades empresariais no município seja antecipada.
De acordo com a Federação, os empresários de Belo Horizonte precisam de um calendário para a reabertura gradual e cooperada das atividades empresariais. Entre os motivos listados pela entidade estão a necessidade de planejar atividades, mapear riscos e custos, mobilizar pessoal e resolver outras questões necessárias à gestão empresarial.
A presidente interina da Fecomércio MG, Maria Luiza Maia Oliveira, ressalta a preocupação da entidade com os impactos da paralisação de várias atividades empresariais na capital mineira. “Em Belo Horizonte está grande parte da nossa base sindical, que pede previsibilidade para a reabertura do setor terciário, de forma racional e cooperada, garantindo empregos e renda, sem se descuidar da saúde e o bem-estar social”, destaca.
Desde 18 de março, a prefeitura determinou, por meio do Decreto nº 17.304/2020, a suspensão do alvará de localização e funcionamento de diversas atividades para evitar aglomerações que favorecessem a disseminação da doença pela cidade. Além disso, desde 22 de abril, todos que circulam pelo município precisam usar máscaras em locais públicos, no transporte coletivo e no comércio, indústria e serviços. Nesses espaços, também é preciso afixar cartazes informando sobre o uso correto da máscara e o número de pessoas permitidas no estabelecimento.
Diante desses cuidados e do achatamento da curva de contágio em Belo Horizonte, vários segmentos produtivos têm pedido pela reabertura dos estabelecimentos na capital. E essas solicitações se sustentam em um estudo do infectologista e professor da UFMG, Unai Tupinambás. De acordo com a análise, o pico de contágio por Covid-19 na capital ocorreu no dia 30 de abril. A pesquisa levou a prefeitura a criar um grupo de trabalho para analisar a retomada das atividades econômicas.
Impacto financeiro
A elaboração de um cronograma para a reabertura dos estabelecimentos na cidade traria mais tranquilidade, sobretudo, ao setor de comércio e serviços. Sozinho, ele representa 88,37% dos negócios locais, além de boa parte da arrecadação municipal. O setor terciário também emprega 61,2% da mão de obra formal do município, sendo 170 mil postos de trabalho só no comércio (14,4%).
A maioria desses estabelecimentos estão enquadrados como micros e pequenos negócios, que representam a quase totalidade das empresas do setor terciário na cidade (98,8%). Mas, diante das incertezas, muitos desses estabelecimentos não conseguem sequer tomar crédito junto aos bancos, agravando a sua saúde financeira e tornando inseguro o futuro de milhares de trabalhadores.
“A Fecomércio MG não só espera que a prefeitura consiga conciliar a retomada das atividades econômicas na capital, com os cuidados no combate ao novo coronavírus, como segue atenta aos desdobramentos das ações adotadas pelo Comitê de Enfretamento à Pandemia em Belo Horizonte”, lembra Maria Luiza.