Tecnologias avançadas, como a robótica, a internet das coisas, a inteligência artificial, robótica avançada e o blockchain estão revolucionando a indústria. Nos próximos dez anos, este processo de transformação será acelerado, com impactos em relação à competitividade e à concorrência entre os fabricantes. Debater as implicações dessa revolução para os diversos setores industriais é o foco do recente estudo da PwC O Futuro da Indústria: quebrando as barreiras e ampliando as fronteiras.
Para ajudar as empresas a superar o momento de ruptura iminente, a PwC propõe aos empresários e executivos uma reflexão na busca de respostas a perguntas sobre o novo cenário. “A entrada de novas tecnologias está afetando de forma rápida e profunda o ambiente de negócios das empresas”, diz Ronaldo Valiño, sócio da PwC Brasil e especialista em Indústria 4.0. “Essa revolução está mudando a competição entre as empresas e forçando-as a estarem constantemente se adaptando aos novos cenários, que hoje mudam radicalmente em poucos anos.”
Como as principais indústrias estão se preparando:
Automotiva
A popularização do carro autônomo está tornando obsoleta a posse do carro, que passará a ser compartilhado. As empresas automotivas estão olhando para um futuro onde não serão apenas fabricantes e vendedoras de carros – mas vão atuar com mobilidade sob demanda. As montadoras tradicionais estão vendo a entrada de competidores de outros setores (como empresas de tecnologia) investindo fortemente em serviços conectados, novos serviços de transporte e outros serviços.
Saúde e Farmácia
Dispositivos de estilo de vida estão evoluindo, permitindo aos provedores de saúde e empresas farmacêuticas o acesso e compartilhamento de informações. No futuro, as pessoas poderão implantar chips de monitoramento da saúde. As informações coletadas são compartilhadas com um médico particular, por exemplo.
Energia
A indústria de energia está inserida em um ecossistema em desenvolvimento que passa por residências inteligentes e chega até uma gama diversificada de infraestrutura urbana. A popularização dos veículos elétricos, por exemplo, criará a necessidade de investimentos substanciais em infraestrutura e a oportunidade de usar veículos como uma fonte de armazenamento de energia em massa. Para avançar nesse mercado, as redes de serviços locais precisarão adotar modelos de negócios compartilhados. As empresas de energia têm potencial para capturar várias fontes de valor, mas enfrentarão a concorrência de vários outros players.
Manufatura
As empresas que anteriormente fabricavam produtos com pouca tecnologia agora são capazes de adicionar sensores que permitem a manutenção preditiva em tempo real. Dessa maneira, fabricantes de máquinas, por exemplo, estão aptas a oferecer serviços de monitoramento, manutenção e renovação completa de equipamentos. Tais soluções integradas caracterizam-se por benefícios significativamente maiores para os clientes e revolucionarão as carteiras de produtos existentes e as relações de desempenho – e essas empresas deixam de serem apenas “vendedoras” de produtos para oferecerem serviços de maior valor agregado.
Varejo
O setor de varejo estava na vanguarda das disrupções provocadas pelas novas tecnologias digitais. Hoje, vê o desenvolvimento da internet das coisas revolucionar o relacionamento com os fabricantes de produtos e consumidores, agilizando os processos de produção, venda e entrega de um produto.
Petróleo e Gás
Há expectativa que os sistemas tecnológicos habilitados para digital reduzam significativamente o custo por barril da exploração futura de recursos de hidrocarbonetos. A tecnologia pode ajudar as companhias a controlar os processos em tempo real, aumentando a segurança, confiabilidade e rendimento de milhares de poços petrolíferos.
Mineração
Nem mesmo uma indústria tradicional, como é o caso da Mineração, está imune às mudanças. Uma série de desenvolvimentos, como a bioengenharia de micro-organismos, estão apontando para um futuro tecnológico transformador.
O impacto das novas tecnologias
Inteligência artificial
Até pouco tempo atrás, habilidades como percepção visual, reconhecimento de vozes e tradução simultânea eram exclusivas do ser humano. Hoje, não é mais assim. Softwares sofisticados, baseados na análise de parâmetros e algoritmos, são capazes de exercer essas funções. A inteligência artificial é focada no desenvolvimento de programas voltados para que máquinas possam realizar determinadas tarefas, desde o agendamento de consultas e exames em laboratórios e clínicas até a concepção do carro autônomo.
Internet das coisas
Trata-se de uma tecnologia que cresce rapidamente e está presente em objetos conectados digitalmente, como eletroeletrônicos e carros, por meio de sensores e outros recursos tecnológicos. No setor industrial, a internet das coisas permite que diversos dispositivos e máquinas conversem entre si – com isso, eles podem ser acessados remotamente e há maior agilidade nas linhas de montagem. Existe também uma maior integração em toda a cadeia de suprimentos.
Blokchain
O blockchain registra e autentica todas as etapas de transações monetárias, típicas dos meios de pagamento como cartão de crédito e transferência de valores, inclusive entre bancos e empresas. Como pode ser utilizado para assegurar e checar vários tipos de operações financeiras, tem se tornado útil para diversos setores industriais.
Drones
Diversos setores, como o de logística, transportes, engenharia e a indústria extrativa tem feito uso cada vez maior dos drones. Um estudo recente da PwC aponta que o mercado do uso comercial de drones deve chegar a US$ 127 bilhões nos próximos anos.
Robótica e realidade virtual
Parte fundamental de uma nova gama de avanços tecnológicos, apresenta diversas aplicações na indústria, especialmente em setores como a construção civil, manufatura e extração. Na área de petróleo e gás, já foram criados robôs para monitorar equipamentos e realizar verificações de segurança. A realidade virtual, por sua vez, tem como objetivo recriar um cenário real, por meio da sobreposição de áudio e imagens, a fim de aprimorar desde produtos até o modus operandi de unidades fabris.