Especialistas alertam que, devido às temperaturas mais baixas, a estação do ano demanda cuidados especiais com a pele, mas também é vantajosa para a realização de tratamentos estéticos tais como peelings, microagulhamentos e lasers
Com a chegada dos meses mais frios do ano, a redução da umidade no ar, os banhos mais quentes e a exposição ao frio passam a fazer parte da rotina, influenciando diretamente na saúde da pele. Por esse motivo, o inverno é uma estação que exige um cuidado especial com a pele, maior órgão do corpo humano, como explica a médica dermatologista Amanda Melgaço, da Hapvida. “Durante o inverno, é bastante comum observarmos um aumento nos quadros de ressecamento da pele. Esse ar seco contribui para a perda de água da pele para o ambiente, comprometendo a nossa hidratação natural”, afirma a especialista.
Para identificar o ressecamento, a dermatologista alerta que os principais sinais são: aspereza ao toque, descamação, principalmente em membros inferiores e superiores, sensação de repuxamento após o banho, coceira e, em casos mais avançados, fissuras dolorosas, especialmente em regiões como mãos e pés. “Pacientes com dermatoses pré-existentes, como dermatite atópica ou eczema, tendem a apresentar piora dos sintomas durante o inverno, devido à fragilidade da barreira cutânea”, acrescenta Amanda.
Rotina de cuidado
Alguns passos devem ser seguidos quando se trata do cuidado da pele, no entanto, Amanda alerta para as diferenças entre cada tipo de pele. “A individualização da rotina de cuidados, respeitando as características de cada tipo de pele, é essencial para manter a saúde cutânea e evitar complicações durante os meses frios, por isso é recomendável consultar um dermatologista para recomendações específicas”, explica.
Amanda dá algumas orientações gerais para manter a pele hidratada durante o período frio. “O principal é não reduzir o consumo de água. Muitas pessoas têm essa tendência no inverno, já que esquecem de se hidratar devido a ausência do calor”. Além disso, a dermatologista orienta para a utilização de sabonetes de rosto mais suaves, hidratação da pele, principalmente após o banho, uso contínuo de protetor solar e hidratação mais reforçada nos lábios, que tendem a descascar nessa época do ano.
A especialista destaca ainda outros cuidados necessários na manutenção da pele. “A utilização de umidificadores em ambientes fechados, evitar o uso de aquecedores fortes e tomar banhos mais mornos também ajudam a preservar a hidratação”.
Ela acrescenta a possibilidade de investimento em estratégias específicas de cuidado e recuperação cutânea, como alguns procedimentos estéticos que contribuem para a saúde da pele. “Existem alguns procedimentos que contribuem ainda mais para a hidratação da pele, e o inverno é um ótimo período para a sua realização, já que apresenta uma recuperação mais acelerada e menos complicações”, explica Amanda.
Período propício para tratamentos estéticos
Se por um lado, a estação mais fria do ano exige uma série de cuidados especiais com a pele, por outro, ela é extremamente vantajosa para a realização de procedimentos estéticos. O médico com pós-graduação em medicina estética e diretor da Clinescultural, Alexandre Adolfo, enumera as vantagens dos procedimentos no período mais frio. “Durante o outono e inverno, as temperaturas mais baixas e a menor exposição ao sol criam um cenário ideal para a realização de tratamentos como peelings, lasers e microagulhamentos”, explica Alexandre.
“O sol potencializa o processo inflamatório e o inchaço, por isso o frio contribui para a redução desses efeitos colaterais. Existem, inclusive, tratamentos como o clareamento de manchas, em que é mais recomendado o paciente realizar no período de maio a setembro, quando o sol é menos intenso”, acrescenta o médico. Alexandre explica que essa recomendação é devido ao risco de hipercromia pós-inflamatória (HPI), ou seja, o aparecimento de manchas escuras após um processo inflamatório ou lesão, como acne, queimaduras ou procedimentos estéticos. “Quanto mais sol, maior a chance de HPI”, destaca.
Microagulhamento com PDRN e exossomos
Entre os procedimentos que preferencialmente devem ser realizados no inverno, o médico destaca também o microagulhamento. “Várias pequenas agulhas perfuram a pele, provocando uma leve agressão e estimulando a regeneração do tecido. Essa regeneração estimula as células a produzirem mais colágeno, deixando a pele mais jovem”, afirma o profissional. Para obter resultados ainda mais eficientes, Dr. Alexandre conta que diversos profissionais, assim como ele, realizam o tratamento de microagulhamento com aplicação de ativos como polidesoxirribonucleotídeos (PDRN) ou exossomos.
O PDRN é uma molécula derivada do DNA do salmão. Ele tem a capacidade de estimular a regeneração celular, promovendo a produção de colágeno e elastina. Além disso, melhora a circulação e a hidratação da pele, reduz inflamações e acelera a cicatrização de tecidos. O diretor da Clinescultural explica que o procedimento é indicado para tratar sinais de envelhecimento, cicatrizes de acne e ressecamento, sendo considerado seguro para todos os tipos de pele.
Já os exossomos são estruturas microscópicas liberadas por células-tronco, responsáveis por carregar informações entre as células do nosso corpo. Eles funcionam como mensageiros biológicos, estimulando a renovação celular, a reparação de tecidos e a produção de colágeno de forma altamente eficiente. “Os exossomos, quando injetados na pele, são capazes de mudar o DNA das nossas células e estimular em 700 vezes a produção de colágeno”, explica o médico. A substância também tem ação anti-inflamatória e antioxidante, sendo indicados não só para rejuvenescimento facial, mas também no tratamento de melasma, queda de cabelo e inflamações crônicas da pele.
“A utilização do PDRN e dos exossomos no microagulhamento são novidades na estética. Fazem parte da medicina integrativa, um campo que está crescendo na medicina, pois busca tratar a pessoa como um todo, considerando não apenas os aspectos físicos”, conta o especialista. Essas técnicas, além de melhorarem o aspecto da pele, promovem saúde prolongada da pele do paciente, uma vez que estimulam a produção de colágeno, fazendo com que o corpo trabalhe sozinho, e que o resultado do procedimento dure mais tempo do que métodos convencionais, como a aplicação ácido hialurônico, por exemplo.
“Combinar a aplicação desses produtos como o PDRN e o exossomo através do microagulhamento com as baixas temperaturas e baixa incidência solar no inverno, é uma forma de alcançar resultados melhores em menos tempo”, conclui o especialista em estética.