O IPCA, índice que mede a inflação oficial, subiu 0,43% em Belo Horizonte em janeiro, acima da média nacional (0,16%). Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,2% – a segunda maior entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, atrás apenas de São Luís (5,3%).
“Entre os motivos que ajudam a explicar a inflação mais alta em BH estão os aumentos nos preços das passagens aéreas (20%) e os reajustes nas tarifas de ônibus urbano, que passaram de R$ 5,25 para R$ 5,75 em janeiro”, diz Heliezer Jacob, economista do C6 Bank.
A alta nestes segmentos impulsionou a inflação no grupo Transportes (1,45%), que tem um peso importante na composição do IPCA. Também contribuíram para o resultado os preços da alimentação no domicílio, que subiram 1,38% em BH, acima da média nacional (1,07%).
Por outro lado, o grupo Habitação registrou deflação de 2,12% em janeiro, impactado pelo recuo de 12,1% nos preços da energia elétrica. “Isso é reflexo, principalmente, do impacto do bônus de Itaipu nas contas de luz. Em fevereiro, sem esse desconto, a tendência é que a inflação em 12 meses volte a acelerar em BH”, completa Jacob.
Cenário nacional
O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado devem continuar pressionando a inflação brasileira em 2025, na visão do C6 Bank. O banco projeta que o IPCA nacional feche o ano em 5,9%, acima do limite superior da meta estipulada para 2025.
Os dados divulgados hoje reforçam a expectativa do C6 Bank de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) mantenha o ritmo de alta dos juros já sinalizado para tentar controlar a inflação do país.
“Esperamos um aumento na Selic de 1 ponto percentual, para 14,25%, na reunião de março”, afirma Jacob, sem descartar a possibilidade de os juros fecharem 2025 acima dos 15% projetados pelo banco.