Estudo do Instituto Cidades Responsivas destaca a capital mineira como a melhor entre oito capitais brasileiras em eficiência do transporte público

Uma pesquisa do Instituto Cidades Responsivas, utilizando o Indicador de Mobilidade Urbana, apontou Belo Horizonte como a capital com o melhor sistema de transporte público entre oito cidades avaliadas. O estudo analisou a eficiência do transporte público em conectar residências a oportunidades de emprego em até 45 minutos em São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro.

Belo Horizonte alcançou o índice de 0,36, liderando o ranking e demonstrando uma eficiência quase três vezes superior à do Rio de Janeiro, que obteve o menor índice, 0,13.

O Indicador de Mobilidade Urbana, segundo Guilherme Dalcin, mestre em planejamento urbano, utiliza um índice que reflete a eficiência do acesso a empregos. A pesquisa se baseou na teoria do urbanista Alain Bertaud, que considera deslocamentos de até uma hora aceitáveis em grandes cidades. No entanto, o estudo adotou um limite menor, de 45 minutos, por considerar as previsões de Berta otimistas demais para a realidade brasileira.

Destaque para Belo Horizonte e Desafios em Outras Capitais

A disposição radial de Belo Horizonte, que facilita o acesso ao centro da cidade, onde se concentram as oportunidades de trabalho, foi um fator determinante para o bom desempenho da capital mineira no estudo. Essa configuração urbana contrasta com a geografia do Rio de Janeiro, marcada por morros e grande extensão territorial, o que dificulta a mobilidade e exige uma infraestrutura mais robusta, conforme apontou Luciana Fonseca, doutora em planejamento urbano. A grande extensão territorial de São Paulo também apresenta desafios semelhantes, apesar da robustez do seu sistema de transporte.

Mobilidade em BH se destaca mesmo para usuários de automóveis

O estudo também revelou que, mesmo considerando o uso de automóveis, o Rio de Janeiro apresenta um dos piores índices de mobilidade, com 0,51. Moradores da Zona Oeste carioca enfrentam longos trajetos, muitas vezes utilizando múltiplos meios de transporte. A situação se agrava com o recente aumento nas tarifas de ônibus e trens, impactando negativamente a qualidade de vida da população. A Secretaria Municipal de Transporte do Rio reconheceu as dificuldades e defendeu políticas de reocupação do centro da cidade como solução a longo prazo.

Implicações para Belo Horizonte
A liderança de Belo Horizonte no ranking reforça a importância de investimentos contínuos e aprimoramentos no sistema de transporte público da cidade. O estudo destaca a eficiência da configuração urbana da capital mineira, mas também serve como um alerta para a necessidade de planejamento e ações que garantam a manutenção e aprimoramento da mobilidade urbana, acompanhando o crescimento da cidade e as demandas da população. Atualmente são realizadas diariamente mais de 24.000 viagens e cerca de 500 mil quilômetros percorridos por todas as linhas do transporte coletivo do sistema municipal.