Diante da urgência em se fortalecer as temáticas sustentáveis no mercado corporativo, estratégias como a ecoinovação surge como uma abordagem que busca conciliar o crescimento econômico com a preservação do planeta.  O conceito, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), pode ser definido como “uma inovação — processos, técnicas, práticas — que reduz o impacto ambiental, seja esse resultado intencional ou não”. Os termos inovação verde e inovação ambiental também têm sido utilizados com o mesmo sentido.

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 47% das indústrias brasileiras têm projetos ou plano de ação formal em ecoinovação.  De acordo com a Sondagem Especial: Ecoinovação e Transformação Digital, 30% das empresas têm trabalhos em execução e outras 17% estão com projetos aprovados para serem iniciados. Os dados revelam também que 28% das empresas estão realizando estudos iniciais sobre o tema. 

A construção civil é um dos setores que têm investido na ecoinovação. O Grupo EPO, que atua no mercado imobiliário de alto padrão, tem atuado para transformar as regiões em que está presente, desenvolvendo projetos que buscam pela qualidade de vida, cultura, lazer e proximidade com a natureza. Um exemplo é a adoção do conceito placemaking adotado no projeto do Novo Vale do Sereno, em Nova Lima, que tem o intuito de transformar o bairro em um dos mais desejados para viver, estudar, trabalhar, divertir e investir. Para 2024, a construtora tem a previsão de lançar dois empreendimentos na região.

“Queremos ressignificar a ocupação dos espaços urbanos e despertar nas pessoas o espírito de pertencimento à localidade. O nosso objetivo é que as pessoas tenham um local onde possam se encontrar, levar os filhos para brincar, passear com os pets, ou até mesmo descansar durante o horário de almoço observando a paisagem. Entendemos esta característica do prédio como fundamental, ainda mais considerando o contexto local e a inexistência de praças e espaços assim na região”, explica Guilherme Santos, diretor de Incorporação do Grupo EPO.

No dia a dia no escritório e nos canteiros de obra, a empresa também busca fazer a diferença.  Neste mês de junho a empresa se juntou ao projeto Lacre do Bem,  passando a recolher lacres de latinhas que serão revertidos em cadeiras de roda. “Essa iniciativa não só promove a reciclagem, mas também apoia a inclusão social, proporcionando mais mobilidade e qualidade de vida para quem precisa”, destaca a gerente de Meio Ambiente, Juliana Santos.

A Patrimar e a Somattos também se uniram e preparam um lançamento que alia bem-estar, melhoria da qualidade de vida e conexão com a natureza. O Aura, empreendimento de alto luxo na Vila da Serra, em Nova Lima, ocupará um terreno de mais de 12 mil m², rodeado por vegetação, que é extensão da Mata do Jambreiro, localizada no Vale do Sereno.

As áreas comuns contarão com um mix de espécies nativas e tropicais, que compõem os jardins simbióticos do edifício. Nas calçadas e na entrada do Aura também serão plantadas diversas árvores. “O cuidado na escolha das espécies nativas do bioma local pode ser destacado nas espécies arbóreas, como paus-mulatos, quaresmeiras e sibipirunas, que apresentam ora troncos escultóricos, ora folhagens prateadas, flores coloridas, que são atrativos para os tucanos, bem-ti-vis, sabiás, canarinhos, rolinhas, entre outras aves da fauna local”, ressalta o paisagista Luiz Carlos Orsini.

Indústria farmacêutica

 O Grupo Farmácia Artesanal, um dos maiores conglomerados de farmácia de manipulação do Brasil, investiu na logística reversa. Um projeto de iniciativa de um farmacêutico colaborador de promover a logística reversa em farmácias foi apresentado à ANVISA em Goiânia, resultando na aprovação de uma lei federal de recolhimento de resíduos como medicamentos. “Isso demonstra a atenção e o compromisso da empresa com a gestão responsável de resíduos e o incentivo à reciclagem e destinação correta”, explica a diretora de qualidade da empresa, Walkíria Tokarski. Dessa forma, a empresa possui um programa em suas lojas que envolve o recebimento de medicamentos por meio de ecopontos para descarte apropriado.

Outro destaque de práticas sustentáveis do grupo é na área de energia: a empresa estimula suas franqueadas a investirem na energia fotovoltaica e muitas unidades já fazem uso desse tipo de energia. Além disso, o Grupo Artesanal investiu, recentemente, em duas fazendas de energia fotovoltaica que estão em fase de implantação. Em breve, elas terão capacidade para sustentar todas as unidades do Grupo em Goiânia e Anápolis. “Essa iniciativa visa reduzir a dependência de fontes não renováveis de energia em grandes polos e contribuir para a mitigação das emissões de carbono”, conta.

 Indústria Láctea

 Sediada em Sete Lagoas, a Trevo Lácteos, uma das maiores indústrias de laticínios de Minas Gerais, também é comprometida com a ecoinovação. A empresa implementa estratégias sustentáveis em suas operações, abrangendo desde a energia renovável até a gestão eficiente de resíduos. Toda a energia utilizada na indústria é 100% renovável. Os resíduos como plástico e papel são encaminhados para doação em associações de catadores de Sete Lagoas. A empresa também realiza a fertirrigação com o efluente gerado pela fábrica na fazenda.

Outra ação é a substituição de produtos de limpeza commodity por produtos formulados reduzindo a carga de ativos químicos no efluente da empresa e por último o descarte de leite e seus derivados são destinados à alimentação animal.  A Trevo monitora seu impacto ambiental medindo a eficiência de consumos (água, produtos químicos, lenha). Os consumos são monitorados através de indicadores mensais pela área de meio Ambiente/Produção da empresa com objetivos claros de redução em função do volume produzido de produto. 

“Desde a nossa fundação, a Trevo Lácteos mantém um compromisso contínuo com a sociedade e o meio ambiente. Nós acreditamos que iniciativas sustentáveis nos consolidam ainda mais como referência no setor lácteo, inspirando outras empresas a adotarem práticas ecoeficientes e contribuírem para um futuro mais verde”, comenta Guilherme Pereira, diretor de operações da Trevo Lácteos.