2022 reafirmou que as franquias contribuem em grande escala para o empreendedorismo no Brasil. Apenas nos primeiros nove meses do ano, elas faturaram R$ 147,6 bilhões no país, um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2021.
Os dados são de um levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Segundo o estudo, os segmentos de Alimentação e de Saúde, Beleza e Bem-estar foram os que mais faturaram no período. Foram R$ 35,7 bilhões e R$ 33,7 bilhões, respectivamente.
Um dos principais atrativos do franchising é que o empreendedor recebe um modelo pronto de negócio, para apenas colocar em prática. Assim, é mais simples alcançar bons resultados, pois os processos da marca já foram validados no mercado.
Mas nem sempre investir em uma franquia tem o retorno esperado. Alguns negócios geram frustração e prejuízos aos franqueados. É o caso de franquias mal estruturadas, ou que prometem mais do que cumprem. A falha da franqueadora em oferecer suporte ao franqueado, por exemplo, é uma reclamação frequente de quem investe.
Para especialistas, no “mundo ideal” um candidato a franqueado contrataria um consultor da área ou um escritório de advocacia para avaliar opções de franquia para ele. Mas essa é uma realidade bem distante. Até porque, muita gente quer abrir um negócio investindo pouco. Então, não tem dinheiro para pagar por uma consultoria também.
Por isso, é importante que o empreendedor busque conhecimento por conta própria. “Ele precisa estar apto a entender se a franquia é ou não a melhor oportunidade para abrir. Porque empreender não é brincadeira, então ele deve tomar todos os cuidados para não cair em armadilhas”, explica Henrique Mol, especialista em franquias e dono de sete redes no mercado.
Assim, para investir no franchising, é fundamental buscar conteúdos sobre o sistema. Pode ser por meio de vídeos, artigos, palestras ou cursos online. Henrique Mol lançou recentemente o curso Franquias Sem Ciladas, que é uma opção para quem quer empreender.
Mol exemplifica. “Para abrir uma franquia, o empreendedor precisa entender se o modelo de negócio realmente é sólido ou não, e também avaliar questões da Lei de Franquias”.
Outro ponto importante é analisar o próprio perfil como empreendedor. Ao abrir um negócio, o investidor precisa ter certeza de que determinada marca combina com as habilidades que ele tem. Também faz grande diferença quando se gosta do ramo de negócio.
Um erro comum é optar por uma marca famosa e que tem boas margens de lucro, mas sem ter sinergia com o negócio. Em situações assim, o empreendedor tende a perder o entusiasmo e a se dedicar menos. É algo que desencanta e traz problemas, tanto para a franquia, quanto para a vida pessoal do franqueado.
Por outro lado, quando o candidato entende bem o modelo de franchising, todo o sistema se beneficia. “É bom até para as franqueadoras, pois os franqueados entram sabendo como funciona e qual será o papel de cada lado no desenvolvimento do negócio”, finaliza Henrique Mol.