Baixas temperaturas tendem a afastar os doadores dos hemocentros, seja pela dificuldade do comparecimento ou mesmo por estarem com sintomas gripais. Proximidade de feriados também são épocas de maior baixa de estoque de sangue
Nesta terça-feira, dia 14 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Essencial para diversos tratamentos e intervenções urgentes, o sangue salva vidas. Não existe remédio que tenha o mesmo efeito. A única forma de ajudar a quem precisa é por meio da solidariedade. Por isso é tão importante contar com a ajuda de doadores voluntários.
O alerta para a necessidade de doação fica mais evidente em períodos frios e em feriados, como no próximo dia 16 de junho, quando é comemorado o Dia de Corpus Christi. “Com a diminuição das temperaturas, as pessoas tendem a ficar mais em casa e a sofrer com doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Esse é um período em que as doações diminuem, principalmente devido a doenças da estação. A doação de sangue é um ato de muita responsabilidade. É preciso proteger o doador e o receptor. Por isso, somente pessoas saudáveis podem doar”, pontua a hematologista e hemoterapeuta da Fundação São Francisco Xavier, Marita Novais Almeida
Marita alerta que feriados são períodos críticos para os bancos de sangue. “Nos feriados, é comum as pessoas viajarem e, com isso, a tendência é uma maior incidência de acidentes. Junto a isso, o número de doadores que comparecem aos hemocentros também é menor e impacta o estoque de sangue. A gente sempre pede que antes de feriados, as pessoas nos procurem para doar”, enfatiza a profissional.
Outro fator que reduz as doações são as vacinas. Dependendo da vacina, o doador vai precisar de um tempo maior de intervalo para fazer uma doação.
Ação do sangue
O sangue é um componente fundamental para muitas pessoas em tratamento ou em situações de risco, além de apoiar em procedimentos médicos e cirúrgicos. Todos os dias existem situações nos hospitais em que são necessárias as transfusões de sangue, sejam elas de feridos em emergências, traumas, acidentes ou mesmo quem vai passar por uma cirurgia. Receber uma doação de sangue é vital para salvar a vida dessa pessoa.
O corpo humano tem, em média, cinco litros de sangue. Cada voluntário chega a doar cerca de 450 ml. Não há prejuízos na doação, visto que o corpo recupera o sangue doado rapidamente. Em geral, após 24 horas o doador está completamente recuperado e pode voltar a fazer exercícios e ter uma vida normal.
Componentes
Os hemocomponentes do sangue são obtidos após a centrifugação. O sangue total é classificado em fresco e estocado. O fresco é aquele que foi coletado em até oito horas, mantido em temperatura ambiente.
A especialista da FSFX, Marita Almeida, explica que é necessário fazer uma gestão do sangue para manter o estoque em condições para atender a população. “O concentrado de hemácias dura, em média, 35 dias. Já as plaquetas duram somente cinco dias depois do fracionamento em temperatura ambiente. Por ela durar pouco, muitas vezes são as que mais são necessárias. Já o plasma e o crioprecipitado são componentes que ficam congelados e podem durar um ano”.
Quem pode doar?
Pessoas de 18 a 60 anos e acima de 60 anos até 69 que já foram doadores. Quem tem entre 16 e 17 anos também podem doar, desde que autorizado pelos pais ou responsáveis.
Para doar sangue é preciso estar saudável. Doenças mais graves são impeditivos de doação. “Quem possui doença crônica precisa passar por uma avaliação criteriosa da equipe do banco de sangue. A doação é uma via de mão dupla. Não pode haver risco para quem recebe e para quem doa. É um procedimento muito seguro para ambas as partes”, frisa a especialista.
No Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, o agendamento prévio para doação pode ser realizado pelo telefone 3829-9600 ou WhatsApp (31) 9686-1060.