Na última década, o mundo tem vivido a maior crise migratória, desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo dados divulgados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) na 6ª edição do relatório “Refúgio em Números”, ao final de 2020 haviam 57.099 pessoas refugiadas reconhecidas pelo Brasil. Neste cenário, o Verdemar se viu em um desafio: como auxiliar essas pessoas a conseguirem se estabelecer em outro país, com alto índice de desemprego diante da pandemia, contribuindo para ajudá-los a conquistar uma vida independente e digna?
Assim surgiu o Programa “Verdemar sem Fronteiras”. Baseado na relação de compromisso e transparência da rede de supermercados, com aqueles que se candidatam a uma de suas vagas de emprego, o Verdemar oferece diversas oportunidades de inclusão, por meio de um projeto estruturado e uma equipe interna preparada para atender as diferenças, fazendo o incluído parte do grupo e produtivo ao negócio.
Além das indicações de funcionários, há parcerias com instituições que encaminham candidatos para seleção, como o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados. Atualmente o Verdemar possui 45 migrantes, de sete nacionalidades diferentes, ocupando inúmeras funções.
“Acreditamos que toda sociedade deve pensar e agir com respeito aos refugiados migrantes, afinal, todos compartilhamos o mesmo planeta. Agir com humanidade, passa pelo acolhimento de quem mais necessita. Fico feliz com cada migrante que tem no Verdemar, a possibilidade de trabalho, emancipação e esperança”, destaca Leandro Souza de Pinho, superintendente de Recursos Humanos do Verdemar e responsável pela implantação do projeto.
Chance de recomeço
A venezuelana Andreina de Lourdes Diaz Martinez, veio para o Brasil há três anos, acompanhada da filha, seguindo os passos do marido, a sogra e a cunhada que já estavam em nosso país. A família desembarcou em Boa Vista,Roraima, onde permaneceram por dois anos. Em 2020 vieram para Belo Horizonte e após passar pelo processo seletivo, foram admitidos no Verdemar. Elvis Daniel, marido de Andreina, se tornou ajudante de padeiro, Andreina e sua cunhada, Dalennys de Los Angeles, foram contratadas como atendentes de padaria.
“O Verdemar mudou a vida de nossa família. Eu já consegui alugar um apartamento e saímos da casa de minha cunhada. Temos nossa independência e estamos aprendendo muitas coisas sobre o Brasil e o Verdemar, queremos aprender ainda mais e crescer aqui”, destaca Andreina.
Outro exemplo é a venezuelana Yubiry Estephany Bermudez Vasquez. que chegou no Brasil há dois anos. Neste ano, ela foi contratada como repositora de Mercearia no setor de frutas secas, da loja Sion. “Fui muito bem recebida no Verdemar e acredito que posso crescer aqui! Meu sonho é, com esse crescimento, conseguir ter uma vida mais estável, trazer meus pais para o Brasil e ter minha família toda unida novamente”, pontua Yubiry.
Para apoiar os migrantes que ainda não são totalmente fluentes na língua portuguesa, o Verdemar os direciona para lojas que já possuem funcionários com a mesma nacionalidade, além de contar com aplicativos de tradução simultânea, para auxiliar na comunicação.
“As lideranças passam por treinamentos para apresentar o projeto aos colaboradores da rede e esclarecer dúvidas sobre o acolhimento, treinamento e dicas para acompanhar os migrantes. Além disso, como todos os funcionários do Verdemar, eles contam como apoio psicológico da equipe de RH. O acompanhamento das demandas desse grupo são ainda mais próximos, identificamos oportunidades de ajustes e de integração nos diálogos com líderes e migrantes de nosso projeto”, conta Leandro.
O projeto prevê, ainda, a produção dos materiais institucionais traduzidos na língua nativa dos migrantes, além da realização de ações comemorativas baseadas em feriados e datas importantes dos países de origem.