Estudo Mobility Futures espera um crescimento de 47% no uso de bicicletas em SP nos próximos 10 anos
Com a chegada da crise da COVID-19, o Brasil passou a adotar diversas estratégias para manter o isolamento social e evitar a disseminação do vírus. Com cada vez mais pessoas evitando contato social por transporte público, serviços de táxi e apps de corridas -, o uso de bikes cresceu consideravelmente.
A Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) registrou aumento de 50% nas vendas de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse método de transporte é inclusive recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS): em seu documento “Moving Around During the COVID-19 Oubreak”, publicado no final de abril, a OMS enfatiza que pedalar ajuda a manter o distanciamento social e auxilia as pessoas a manter uma rotina de atividades físicas – algo que também ficou bastante limitado com a pandemia.
“Esse crescimento pode acelerar a previsão de que o uso de bikes crescerá 47% até 2030”, afirma Luciana Pepe, diretora de contas da Kantar no setor automotivo, mencionando a análise feita pela pesquisa Mobility Futures realizada pela empresa de pesquisa. “Em um momento de crise como este, pedalar também pode trazer algum tipo de alento emocional para as pessoas. Segundo nossa pesquisa, as bicicletas são uma das opções que deixam as pessoas mais felizes.”
Pandemia e mudanças para a mobilidade
Para a pesquisa da Kantar, promover e investir em tecnologia para mobilidade urbana será fundamental para facilitar a transição para soluções de transporte mais inteligentes e sustentáveis nos próximos 10 anos. “Esse momento de crise e isolamento é uma boa oportunidade para governos e empresas repensarem a relação com os meios de transporte e a infraestrutura das suas cidades para tornar a locomoção mais eficiente e prazerosa”, diz Luciana.
O mesmo estudo descobriu que 40% das pessoas em todo o mundo estão abertas a adotar soluções inovadoras de mobilidade; mas nem todas as cidades estão prontas para a transformação da mobilidade. São Paulo, por exemplo, é uma das cidades mais congestionadas da América do Sul e embora atualmente o transporte público represente uma parcela significativa das viagens, o sistema de transporte está superlotado, atrasado e com pouca conexão. Portanto, não é surpresa que mais pessoas se voltem para andar de bicicleta e caminhar sempre que possível.
Índices sobre futuro da mobilidade
Dentro da pesquisa, a Kantar criou três índices que mostram as mudanças pelas quais 31 metrópoles do mundo irão passar nos próximos 10 anos.
Índice Transforming Cities: este índice avalia quanto comportamento de mobilidade mudará em cada cidade nos próximos 10 anos. O ranking é baseado na mudança na proporção de viagens de carro, bicicleta, caminhada e transporte público. As cidades que apresentam o maior turno obtêm a pontuação mais alta, enquanto um índice de 100 representa a média global.
Índice de cidades tecnologicamente preparadas: este índice avalia como as cidades estão preparadas para moldar o futuro da mobilidade com base em vários fatores, como infraestrutura de pagamento digital, abertura para compartilhamento e veículos autônomos e PIB.
Índice de confiança do cidadão: este índice avalia quanta confiança os cidadãos têm em seus municípios para moldar ativamente um futuro mais sustentável para a mobilidade.