Pesquisas mostram as consequências provocadas pelo isolamento social e fechamento do comércio em Minas Gerais
Cerca de 25% dos pequenos negócios mineiros que tinham funcionários com carteira assinada, em maio, tiveram que demitir devido à crise provocada pela pandemia. De acordo com a pesquisa Impactos do Coronavírus nos Pequenos Negócios feita pelo Sebrae, entre os dias 29 de maio e 5 de junho, nas empresas que dispensaram mão de obra, a média de demissão foi de dois funcionários no período.
A adaptação das pequenas empresas é constante, porém depois de quase quatro meses, muitos pequenos negócios não estão conseguindo manter os empregos, mesmo já tendo adotado todas as medidas possíveis para isso. “Infelizmente vivemos uma situação totalmente atípica, em um período de insegurança. Porém, mesmo diante das dificuldades é importante que as empresas preservem seus funcionários, já que precisarão deles na retomada de suas atividades”, explica o Superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
Ainda segundo a pesquisa do Sebrae, do total das empresas mineiras entrevistadas nesta 4ª edição do estudo, 31% tiveram que suspender temporariamente o contrato de trabalho, 21% diminuíram a jornada de trabalho com a redução de salário, 14% deram férias coletivas, 9% reduziram o salário com complemento do seguro-desemprego.
“Não há como negar que o isolamento social traz uma nova configuração de funcionamento para os negócios. O fato do empregador poder flexibilizar os horários, ter uma ajuda do governo para pagar os salários é muito importante para esse período de crise. Sem dúvidas, as medidas citadas são alternativas para proteger os empregos, preserva a gestão dos pequenos negócios, além de trazer benefícios para o trabalhador”, justifica Rocha.
Ocupação em Minas
Em outro levantamento feito pelo Sebrae Minas, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, em maio, o percentual de mineiros que estavam desocupados ou na informalidade chegou a 33%.
Ainda de acordo com os dados da PNAD, das 9,257 milhões de pessoas que estavam ocupadas no estado, 81% não foram afastadas de suas atividades devido ao coronavírus (Covid-19). Dessas, 9% estavam trabalhando de forma remota, 35% tiveram rendimento efetivo menor que o normalmente recebido. Ainda, 35,7% dos domicílios mineiros receberam auxílio emergencial. “Das pessoas que foram afastadas do trabalho, 49% deixaram de receber remuneração e o rendimento médio das pessoas ocupadas ficou 22,8% menor que normalmente recebido, passando de R$ 2.003,00 para R$ 1.631,00”, complementa o Superintende do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.