Conhecido como um dos maiores autores da literatura brasileira e dono de um vasto legado, Machado de Assis (1839-1908), ganha sentido particular no musical infantojuvenil “Contos partidos de amor”, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte, no dia 5 de outubro, ficando em cartaz até 29/10 com sessões às segundas e sextas-feiras, às 19 horas e aos sábados e domingos, às 16 e 19 horas. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e estarão à venda no site: www.eventim.com.br. No dia 12 de outubro, dia das crianças, haverá duas sessões gratuitas, uma às 16 horas e a outra às 19 horas. Mais informações:www.bb.com.br/cultura.
Com direção de Duda Maia, dramaturgia de Eduardo Rios e trilha sonora original de Ricco Viana, o musical aborda os temas de amor e ciúme de forma poética e bem-humorada, com uma linguagem cheia de metáforas e ricas construções machadianas. O intuito é criar um jogo de cena que se aproxime de afetos presentes tanto no dia a dia das crianças como no dos adultos.
“Nos apropriamos de alguns termos e contos de Machado de Assis, mas nos sentimos totalmente livres para modificar a história e contá-la do nosso jeito e voltada para os dias de hoje. É uma temática densa, mas tratada de uma maneira brincada e leve. A Duda usa como ponto de partida a corporeidade do ator sem se preocupar em criar figuras e personagens. Isso deixa a gente muito à vontade para construir uma linguagem escrita que também se baseia em perguntas e respostas e, principalmente, na brincadeira entre as palavras. Trabalhamos com um texto simples, mas com muita dinamicidade”, explica Eduardo.
Para a diretora Duda Maia, tratar de temas que façam parte do dia a dia das pessoas é uma forma de fazer com que o público se reconheça e o espetáculo não acabe na cadeira do teatro. “Na maioria das vezes o ciúme não traz boas lembranças, portanto explorá-lo num contexto mais lúdico me pareceu um bom caminho para levantar discussões necessárias”, acrescenta.
Sobre trabalhar com o público infantil, Duda afirma: “quando uma peça captura a criança, ela se entrega inteiramente e, consequentemente, os atores se jogam mais. Ver essa troca é maravilhoso. É bom ouvir os comentários das crianças e entender quando elas se distanciam. Eu percebo muito o ritmo do espetáculo pelo olhar delas, que me ensinam diariamente a dirigir. Junto com meu sócio e diretor de produção do espetáculo, Bruno Mariozz, tenho muitos projetos em mente destinados aos pequenos”.
“Contos partidos de amor” estreou no CCBB Rio de Janeiro e depois seguiu turnê pelas unidades de São Paulo e Brasília. Para a temporada em Belo Horizonte a expectativa da diretora é lotar o teatro em todas as apresentações. “Tenho um carinho especial pela cidade e pelas pessoas. Agradeço ao CCBB por mais essa oportunidade e torço para que nosso espetáculo traga boas histórias e ótimas reflexões para quem assistir. Garanto que é um trabalho divertido, de qualidade e para toda a família”, destaca a diretora.
Concepção
A ideia de montar um espetáculo infantojuvenil baseado na obra machadiana surgiu como uma continuidade à trilogia “Três histórias de amor para crianças”, iniciada em 2016, com a premiada montagem de “A Gaiola”, adaptação do livro homônimo de Adriana Falcão. “Queria levar adiante a discussão sobre a questão do afeto. Comecei a pesquisar e esbarrei na livraria com “Contos de amor e ciúme”. Gostei do título e só depois vi que eram contos de Machado de Assis. Fiquei muito entusiasmada e achei interessante criar uma peça para crianças sobre a temática, a partir do universo do escritor.
Machado de Assis era um meticuloso observador dos sentimentos humanos. Apesar de terem sido escritos no século XIX, os temas abordados na peça são atemporais. A dramaturgia de Eduardo Rios (autor da adaptação de “A Gaiola”) foi construída tendo como principais inspirações o poema “Círculo Vicioso” e os contos “A história de uma fita azul” e “To be or not be”. Este último faz parte da coletânea “Contos de amor e ciúme” (Editora Rocco, organização de Gustavo Bernardo). “Preferi trabalhar com uma narrativa fragmentada, contar duas histórias, separadamente, e ligá-las com pequenas cenas e músicas, fazendo com que a continuidade seja o corpo e a música. Não é algo comum no teatro infantil, mas acredito que a criança tem capacidade de alinhavar e criatividade suficiente para fazer suas próprias costuras”, revela.
SERVIÇO
Temporada: de 5 a 29 de outubro
Local: CCBB BH | Praça da Liberdade, 450
Dias e horários: segundas e sextas-feiras, às 19 horas e aos sábados e domingos às 16 e 19 horas
(*) No dia 12 de outubro (dia das crianças) haverá duas sessões gratuitas, uma às 16 e a outra às 19 horas .
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia para clientes e funcionários do BB, estudantes e maiores de 60 anos).
Bilheteria: de quarta a segunda das 9 às 21 horas
Vendas online: www.eventim.com.br
Duração: 60min
Classificação indicativa: livre
Recomendação etária: 6 anos
Mais informações: (31)3431-9400 | www.bb.com.br/cultura