A Orquestra apresenta obras de Villa-Lobos, Tchaikovsky e Brahms
Nos dias 23 e 24 de agosto, às 20h30, na Sala Minas Gerais, o maestro convidado Isaac Karabtchevsky conduz a Filarmônica de Minas Gerais. Em um programa de grande beleza e diversidade, a Orquestra interpreta o segundo movimento (Lento) da Sinfonia nº 6, “Sobre a linha das montanhas”, de Villa-Lobos, o Capricho italiano de Tchaikovsky e a Segunda Sinfonia de Brahms, uma das mais marcantes do Romantismo alemão.
Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas, promovidas pela Filarmônica antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos comentários do maestro Isaac Karabtchevsky, que tem uma longa e renomada carreira em palcos nacionais e estrangeiros. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Repertório
Sobre a Sexta Sinfonia de Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, Brasil, 1887 – 1959) e a Sinfonia nº 6, “Sobre a linha das montanhas”: Lento (1944)
Para além das escolas nacionalistas, a música de Villa-Lobos é uma declaração de amor à pátria e se estende, literalmente, pelas serras e montanhas brasileiras. A milimetria, ou milimetrização, processo criado por ele, propõe-se a transformar o contorno das serras em linhas melódicas, ao relacionar frequência e duração rítmica. A Sinfonia nº 6, escrita em 1944, é a composição que melhor representa a técnica da milimetrização. Ela utiliza três contornos: do Pão de Açúcar, Rio de Janeiro; da Serra da Piedade, Minas Gerais; e da Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro, anotados por Villa-Lobos em 1935, 1937 e 1940, respectivamente. A obra, dedicada a sua esposa Mindinha, foi estreada no Rio de Janeiro em 29 de abril de 1950 pela Orquestra do Theatro Municipal, conduzida pelo compositor. O segundo movimento possui uma textura orquestral que se caracteriza por glissandi nas cordas e solos nas madeiras, citando os temas das serras que anotara. Aos poucos a música se adensa, as brumas dessa atmosfera misteriosa são desfeitas, rompidas pela percussão e iluminadas pelos metais.
Sobre Capricho Italiano
Piotr Ilitch Tchaikovsky (Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893) e o Capricho Italiano, op. 45 (1880)
Tchaikovsky chegou a Roma em 1879 para visitar seu irmão Modest. Embora fosse dezembro, o clima estava excelente e os irmãos aproveitaram para passear pela cidade. Tchaikovsky, estranhamente, não sentia vontade de trabalhar. Encantado com Roma, ele pouco a pouco concebeu a ideia de escrever uma obra sobre temas italianos, o que de fato começou a fazer em janeiro do ano seguinte. Em menos de um mês a Fantasia Italiana, como ele agora a chamava, estava totalmente esboçada: “[a peça] terá um futuro promissor… graças às melodias encantadoras que encontrei em coleções ou que escutei nas ruas”. Ele tinha razão. A partitura, terminada em 24 de maio e renomeada como Capriccio Italiano, tornou-se uma de suas mais conhecidas. Composta de um único movimento, a obra é uma coleção rapsódica de temas folclóricos enriquecidos por uma orquestração exuberante, que refletem as impressões de Tchaikovsky da cultura e dos cenários da Itália.
Sobre a Segunda Sinfonia de Brahms
Johannes Brahms (Hamburgo, Alemanha, 1833 – Viena, Áustria, 1897) e a Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 73 (1877)
O jovem Brahms estudou com profundidade Bach, Lassus e Palestrina, ampliando o colorido harmônico e a presença do contraponto em sua obra. A mistura entre aspectos formais herdados da tradição clássica, particularmente de Beethoven, a canção popular alemã e a polifonia desses mestres antigos apresenta-se em sua música com cores e nuances originais. A Segunda Sinfonia, escrita no verão de 1877, talvez seja a mais lírica e luminosa das quatro obras do gênero criadas pelo compositor. Seu tom primaveril contrasta com o caráter sombrio da Primeira. Na Segunda, a harmonia é cheia de matizes e reflete a mistura de luz e sombra resultante de um cromatismo sutil mesclado com elementos diatônicos. Visto como conservador por seus contemporâneos, justamente por suas influências em termos de composição, Brahms passou a ser revalorizado no início do século XX, especialmente por sua liberdade rítmica e ousadia harmônica.
Isaac Karabtchevsky, regente convidado
Um ícone da música clássica brasileira, o maestro Isaac Karabtchevsky tem uma longa e renomada carreira em palcos nacionais e estrangeiros. Atuou durante 26 anos como regente da Orquestra Sinfônica Brasileira e depois como Diretor Artístico da Tonkünstler de Viena (1988-1994), do Teatro La Fenice de Veneza (1995-2001) e da Orchestre National des Pays de la Loire (2004-2010), tendo se apresentado em alguns dos principais palcos da Europa, Estados Unidos e América Latina. Foi fundador do Madrigal Renascentista em Belo Horizonte, coral com o qual executou, a pedido de Juscelino Kubitscheck, a Missa da Coroação, de Mozart, na inauguração de Brasília. A partir de 2004, Karabtchevsky assumiu a direção da Orquestra Petrobras Sinfônica e, em 2011, a direção artística do Instituto Baccarelli, instituição que promove a educação musical em regiões carentes de São Paulo. Entre 2011 e 2017, conduziu a Osesp na gravação integral das sinfonias de Villa-Lobos para o selo Naxos.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.
Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (até último concerto de junho de 2018)
1 milhão espectadores
769 concertos realizados
1.000 obras interpretadas
104 concertos em turnês estaduais
38 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
550 notas de programa publicadas no site
179 webfilmes publicados (19 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
3 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
3 CDs independentes (Brahms&List, Villa-lobos e Schubert)
1 trilha para balé com o Grupo Corpo
1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo
SERVIÇO
Série Presto
23 de agosto – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
24 de agosto – 20h30
Sala Minas Gerais
Isaac Karabtchevsky, regente convidado
VILLA-LOBOS Sinfonia nº 6, “Sobre a linha das montanhas”: Lento
TCHAIKOVCKY Capricho Italiano, op. 45
BRAHMS Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 73
Ingressos: R$ 44 (Coro) R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.