Dados do mercado imobiliário divulgados hoje pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) apontam que o panorama de 2018 é de consolidação.
Foram vendidas 291 unidades residenciais novas nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima em maio, um incremento de 3,9% em relação ao mês anterior, quando foram comercializadas 280 unidades. O resultado é o segundo melhor do ano, ficando atrás somente do mês de fevereiro com 316 unidades. Os dados são da Pesquisa do Mercado Imobiliário realizada pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain).
Maio foi o segundo mês consecutivo de incremento nas vendas. Em abril, as vendas cresceram 237,3% em relação a março. Em maio, a região Noroeste com 129 unidades foi a que registrou o maior número de vendas, seguida pela região do Barreiro (42 unidades) e Pampulha (37 unidades). O padrão Standard com faixa de valor entre R$215 mil até R$400mil foi o tipo de imóvel com o maior número de vendas (169 unidades).
O número de unidades lançadas em maio caiu 6,3% em relação ao mês anterior. Isso significa que foram lançadas 164 unidades novas no mês, enquanto em abril, foram 175 unidades. Como as vendas atingiram 291 unidades observou-se que, pelo segundo mês consecutivo, as vendas foram superiores aos lançamentos. Com isso, o estoque final de unidades novas disponíveis para comercialização alcançou 3.785 unidades, o que representou queda de 3,2% em relação ao mês anterior e o menor patamar da série histórica observada pela pesquisa desde 2015.
A Velocidade de Vendas, que demonstra o dinamismo das vendas em relação à oferta, alcançou 7,1% em maio, também o segundo melhor resultado do ano, ficando atrás somente de fevereiro/18 quando foi 7,7%. O índice de disponibilidade atual sobre a oferta inicial alcançou 18,6% demonstrando o baixo patamar do estoque de imóveis novos em Belo Horizonte e Nova Lima.
Em maio o preço médio por m² de unidades residenciais ficou praticamente estável em relação ao mês anterior. Enquanto em abril o preço médio por m² correspondeu a R$8.073,00 em maio foi de R$8.068,00 (queda de 0,06%). Do tal das 3.785 unidades que estão disponíveis para vendas, 1.328 (35,1% do total) são do padrão médio, com faixa de valor de R$400 mil a R$700 mil.
Apesar da maior instabilidade gerada no País com a greve dos caminhoneiros no mês de maio/2018, que acrescentou mais incertezas no cenário nacional e muito contribuiu para a redução do ritmo de recuperação da economia, o mercado imobiliário continuou mostrando reação e registrou resultados satisfatórios.
Comparação dos resultados acumulados nos primeiros cinco meses de 2018 em relação a igual período do ano anterior – No acumulado do período de janeiro a maio de 2018 em relação a iguais meses do ano anterior observou-se que as vendas registraram incremento de 1,63% ao passar de 1.102 unidades (janeiro a maio/17) para 1.120 unidades (janeiro a maio/18). Foi a primeira vez em 2018 que as vendas acumuladas no ano registraram resultado positivo na comparação com o ano anterior, demonstrando que efetivamente o segmento imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima apresentou resultados mais satisfatórios neste ano. Os melhores resultados do segmento também podem ser observados no expressivo incremento dos lançamentos. Enquanto nos primeiros cinco meses do ano passado foram lançadas somente 287 novas unidades residenciais em iguais meses de 2018 esse número foi de 909 unidades (alta de 216,72%).
As vendas em 2018 continuaram superando os lançamentos. Enquanto de janeiro a maio/18 foram vendidas 1.120 unidades os lançamentos, neste mesmo período totalizaram 909 unidades. Com esse resultado, o estoque de apartamentos novos nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima sofreu retração de 9,41% ao passar de 4.178 unidades em maio/17 para 3.785 unidades em maio/18, o menor patamar da série histórica.
Com o estoque em queda, o preço médio das unidades residenciais novas neste período cresceu 2,57% enquanto o IPCA/IBGE, indicador oficial de inflação no País registrou alta de 1,33%. Portanto, o preço de apartamentos cresceu, em termos reais, 1,22%. Neste contexto, deve-se ressaltar que o preço dos imóveis pode registrar incremento ainda maior caso seja aprovado o Plano Diretor de Belo Horizonte que está em análise na Câmara Municipal e que estabelece um novo imposto para a construção: a outorga onerosa.