Em abril, foram vendidos 280 apartamentos novos nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima. O número foi 237,35% superior ao observado em março, quando foram comercializadas 83 unidades. O resultado das vendas de abril é o segundo melhor do ano, ficando atrás somente do mês de fevereiro com 316 unidades. Os dados são da Pesquisa do Mercado Imobiliário realizada pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain) e divulgada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
As regiões que registraram os maiores números de vendas foram: Pampulha (94 unidades), Oeste (82 unidades) e Centro Sul (62 unidades). Destaca-se que 109 das 280 unidades vendidas eram do padrão econômico (valores até R$215 mil), 46 do padrão standard (de R$215 mil até R$400 mil) e 45 do padrão médio (de R$400 mil até R$700 mil).
Em abril, foram lançadas 175 unidades residenciais, o que correspondeu a 39,24% de queda em relação ao mês de março ( 288 unidades). As vendas em abril (280 unidades) voltaram a superar os lançamentos (175 unidades). Os lançamentos concentraram-se na Região Centro Sul (40 unidades) e na Região Oeste (135 unidades). Por faixa de valor observou-se que em abril o maior número de unidades lançadas eram do padrão econômico (até R$215 mil): 84 unidades, seguido pelo padrão médio (de R$400 mil até R$700 mil): 71 unidades e alto (R$700 mil até R$ 1 milhão): 20 unidades. Como os lançamentos foram inferiores às vendas, o estoque de unidades disponíveis para comercialização recuou e encerrou o mês de abril em 3.912 unidades, uma redução de 2,61% em relação ao mês anterior.
Com as vendas superando os lançamentos e com a queda do estoque, os preços voltaram a registrar incremento: 0,64%. O preço médio do metro quadrado que era R$8.022,00 em março foi para R$8.073,00 em abril. Como o IPCA/IBGE, indicador oficial da inflação no País, foi de 0,22% observou-se que novamente os preços registraram variação real, superior à inflação, em abril: 0,42%.
Apesar da sinalização mais positiva do mercado imobiliário nos primeiros meses do ano, a consolidação do processo de recuperação de suas atividades ainda não é certa. A expectativa mais otimista para a economia, que dominou os primeiros meses do ano, se dissipou. A paralisação dos caminhoneiros proporcionou um abalo na economia, que já estava se recuperando de forma lenta. Além dos prejuízos causados, a confiança, item essencial aos investimentos foi abalada.
Neste ambiente, ainda é preciso considerar as incertezas provocadas pelo processo eleitoral. Desta forma, o País pode assistir, mais uma vez, ao adiamento de investimentos tão necessários à consolidação da recuperação econômica. De uma forma geral, as estimativas de crescimento foram revistas para menor e atualmente as projeções indicam incremento do PIB nacional entre 1 e 2% enquanto, no início do ano, esse número era cerca de 3%.
“O processo de recuperação do segmento imobiliário ainda é incerto. Particularmente, para a capital mineira, ainda existe uma preocupação adicional, que diz respeito à possibilidade de aprovação do Plano Diretor sem um devido debate junto à sociedade. Se aprovado como está, o Plano poderá trazer sérios prejuízos para o município, levando os empreendimentos imobiliários para as cidades vizinhas e fazendo com que Belo Horizonte deixe de gerar renda e emprego”, segundo o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, José Francisco Cançado.
Análise dos resultados de janeiro a abril de 2018 em relação a iguais meses do ano anterior
De janeiro a abril/2018, foram comercializadas 829 unidades residenciais enquanto em igual período do ano passado foram 1.010 unidades, ou seja, neste período observou-se queda de 17,92%. Já o número de unidades lançadas registrou incremento nesta base de comparação: 184,35%. Nos primeiros quatro meses de 2017, os lançamentos residenciais totalizaram apenas 262 unidades enquanto, em iguais meses deste ano o número foi de 745 unidades. Apesar desta alta, os lançamentos ainda ficaram inferiores às vendas, o que proporcionou queda no estoque.
Em abril/2017 a oferta (estoque) de unidades disponíveis para venda era de 4.245 unidades enquanto em abril/2018 esse número foi de 3.912 unidades (queda de 7,84%). A disponibilidade da oferta atual em relação à oferta lançada alcançou 19,3% em abril/18. Apesar de este número ser um pouco superior ao observado em igual mês de 2017, quando alcançou 18,4%, ele ainda é considerado baixo.
A Região da Pampulha foi a que contabilizou o maior número de vendas no acumulado de janeiro a abril/2018: 398 unidades, o que representou 48% do total das vendas. Logo após, destaca-se a Região Centro-Sul, com 202 unidades vendidas (24,4% das vendas) e a Região Oeste: 123 unidades o que representou 14,8% do total. Foram essas regiões que também apresentaram destaque nos lançamentos: Pampulha: 288 unidades, ou seja, 38,7% do total, Centro Sul: 200 unidades, ou 26,8% do total e Oeste 135 unidades (18,1% do total).