Mulheres buscam desafios e conquistam novos espaços no mercado de trabalho
As mulheres assumiram o comando de suas vidas e promovem uma verdadeira revolução no mercado de trabalho. Segundo o último levantamento realizado pelo Governo Federal sobre a geração de empregos formais, referente ao ano de 2016, as mulheres ocupavam 44% das vagas. Dados recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, apontam que entre as atividades mais comuns executadas pelas brasileiras estão auxiliar de escritório (1.294.071 vínculos registrados), assistente administrativo (1.291.933), vendedora de comércio varejista (1.186.850), faxineira (984.401) e operadora de caixa (712.180).
Contrariando antigos tabus e estereótipos, existem mulheres que têm apostado em carreiras, antes, pouco comuns. Com perseverança, jogo de cintura e investimento em educação, elas se destacam no mercado e mostram que não há limites no universo feminino.
Listamos algumas histórias de sucesso das profissionais que apostam em novas carreiras:
– Motorista
Ainda é comum ouvir pelas ruas comentários preconceituosos sobre a relação entre as “mulheres e a direção”. Entretanto, elas têm dado show no trânsito e assumido suas habilidades de motorista como profissão. Na 99, empresa brasileira de mobilidade urbana, o número de motoristas mulheres cresce gradativamente e muitas delas já têm na atividade a sua principal fonte de renda. Como é o caso da mineira Sharon Alves Aluotto (39 anos), que se divide em uma jornada dupla, entre as viagens pelo aplicativo e os cuidados com a filha adolescente. “Sempre trabalhei como representante comercial e dirigir era parte da minha rotina de visitas aos clientes. Com a crise, fiz disso uma profissão. Hoje, rodo diariamente pelo aplicativo e tenho flexibilidade para organizar os meus horários nessa jornada de mãe, mulher e motorista”, ressalta.
Sharon administra alguns grupos de motoristas de Belo Horizonte e avalia os desafios enfrentados nas ruas. “As mulheres são mais cuidadosas e organizadas. Juntas criamos maneiras próprias para ajudar umas às outras, seja com um conselho ou trocando experiências do trabalho. O preconceito ainda existe, tem passageiros (homens e mulheres) que demonstram o desejo de cancelar a corrida quando nos veem chegar, mas com muita educação e jogo de cintura conseguimos reverter esse jogo e conquistar cada vez mais o nosso espaço”, conclui.
– Manutenção Elétrica
Foi na cervejaria Ambev em Sete Lagoas, que a jovem Bruna Josafá dos Santos, de 23 anos, conseguiu espaço para dar seus primeiros passos na carreira eletrotécnica e há dois meses foi promovida da área operacional de manutenção para o planejamento de manutenção elétrica. Formada pelo Senai de Sete Lagoas, ela se orgulha por atuar na sua área de formação dentro de uma grande empresa e ter oportunidade de crescer. “É muito gratificante perceber que existe sim espaço no mercado e principalmente em uma multinacional como a Ambev, que proporciona treinamentos e infraestrutura para o crescimento de profissionais que se dedicam e estão dispostos a aprender, independentemente de ser ou não mulher” ressalta Bruna. Agora ela projeta seus próximos passos dentro da cervejaria e já planeja cursar engenharia de produção no próximo ano para ampliar suas possibilidades de carreira.
– Sommeliére de cerveja
Indo da produção para a degustação das cervejas, temos como exemplo também a sommeliére de cerveja Maria Fernanda Fonseca, que atua na Ambev desde 2015 junto com um time que é composto, em sua maioria, por mulheres. Publicitária por formação, ela deixou sua carreira no marketing para se dedicar ao universo cervejeiro. Depois de viajar e fazer cursos de especialização na área, ela conquistou a vaga e hoje faz treinamentos cervejeiros com empresários e garçons de bares e restaurantes em Belo Horizonte, ajudando a montar carta de cervejas especiais nesses estabelecimentos.
– Engenheira
Bárbara Guimarães foi de estagiária à engenheira na AP Ponto Construtora. Há seis anos a jovem ingressou na empresa, acompanhando de perto o trabalho de outra engenheira, e, desde de 2016, é responsável por alguns dos empreendimentos entregues pela construtora. Cuidadosas e detalhistas, as mulheres são maioria no time de engenheiros da empresa hoje e também estão presentes nas equipes de campo. “Internamente a presença da mulher sempre esteve bem resolvida na empresa, mas ao ter que lidar com fornecedores e/ou terceirizados, no início eu percebia que ter uma figura feminina no cargo de engenheira chegava a causar um estranhamento. É preciso ter uma postura séria e centrada para conquistar e manter a confiança da equipe” explica Bárbara.