Maristela Bretas
Com estreia marcada para esta quinta-feira (1º de março), o filme “A Maldição da Casa Winchester” (“Winchester: The House That Ghosts Built”) deixa a desejar apesar de ter em seu elenco principal dois nomes conhecidos: a ganhadora do Oscar, Helen Mirren (“Beleza Oculta” – 2016, “Decisão de Risco” – 2015 e “A 100 Passos de um Sonho” – 2014) e Jason Clarke (“Evereste” e “O Exterminador do Futuro: Gênesis“, ambos de 2015).
A proposta era de um filme de terror, mas o susto é pequeno e o suspense nem tanto. Mirren mostra pouco de seu talento para um roteiro fraco, sobre uma casa com dezenas de cômodos que existe até hoje na Califórnia e é considerada a mais mal assombrada de todas. A tal mansão pode até ser ponto turístico para quem gosta de excentricidades, mas a história adaptada pelos irmãos australianos Michael e Peter Spierig ficou muito aquém do esperado.
A estratégia de marketing no Carnaval e na frente das salas de cinema pode atrair um público curioso sobre a famosa casa que pertenceu à família Winchester, uma das maiores fabricantes de armas de fogo dos EUA, e que foi construída para abrigar espíritos. Eles aparecem na maior parte do tempo, mas não no lugar onde é esperado. Mesmo assim, o público pode sair decepcionado após a sessão.
A famosa Casa Winchester tem 160 cômodos e foi construída por Sarah Winchester (interpretada por Helen Mirren), herdeira da fortuna da família. Começou a ser construída no início do século e assim continuou durante décadas de forma incessante, 24 horas por dia, sete dias por semana. Tem sete andares de altura e abriga centenas de quartos e nunca foi terminada. Um terremoto em 1906 destruiu parte dela, mas mesmo assim permaneceu sendo moradia de Sarah e sua família por vários anos. Atormentada pelos espíritos, os cômodos teriam sido feitos pela herdeira para abrigar fantasmas vingativos, vítima das armas produzidas por sua família.
No filme, Sarah é considerada perturbada e sem condições de continuar à frente da empresa. A diretoria contrata o psiquiatra Eric Price (Jason Clarke) para morar na casa e avaliar a sanidade da milionária herdeira. Mas ele mesmo tem seus próprios fantasmas a serem combatidos. Além dos empregados, moram também na casa Marion (Sarah Snook), sobrinha de Sarah e o filho menor dela. E todos são perseguidos pelas almas atormentadas que habitam o local.
A proposta da produção é boa, poderia ter sido mais bem explorada, mas ficou só no início interessante, depois caiu no comum, tão obvio que dá para identificar em pouco tempo qual o fantasma mais perigoso. Nem Helen Mirren é capaz de salvar “A Maldição da Casa Winchester”. Jason Clarke também está inexpressivo, assim como o restante do elenco. A maquiagem no entanto foi bem feita e as imagens aéreas dão uma boa noção da extensão da construção centenária. O figurino foi bem escolhido mas nada de excepcional, assim como os efeitos visuais.
Apesar de ser inspirada em fatos reais contados ao longo dos anos, o filme deixa dúvidas se os ataques dos espíritos realmente aconteceram ou se foram fruto da imaginação de Sarah Winchester. Uma pena que a maldição da famosa Casa Winchester tenha sido mal aproveitada pelos diretores e também roteiristas, que também desperdiçaram bons talentos.
Ficha técnica:
Direção e roteiro: Michael e Peter Spierig
Produção: Liosngate / CBS Films / Splendid Film
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h40
Gêneros: Terror/Biografia
Países: EUA / Austrália
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)