Maristela Bretas

Anunciado como seu último trabalho no cinema, Daniel Day-Lewis entrega em “Trama Fantasma” (“Phantom Thread”) uma interpretação impecável do excêntrico costureiro Reynolds Woodcock, um homem que se inspirava nas mulheres com quem se relacionava sem compromisso, mas que não conseguia dar um passo sem a aprovação da irmã.

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Daniel Day-Lewis passeia com competência pelos dois perfis de seu personagem – o renomado e confiante Woodcock, costureiro da realeza e da elite britânica, e o fraco e carente Reynolds, dependente e controlado pelas duas mulheres que ama na vida. Por este papel, ele é um dos fortes candidatos ao Oscar 2018 como Melhor Ator.

Lesley Manville, como a irmã Cyril, e Vicky Krieps, como a garçonete Alma, que se torna a mais nova musa inspiradora e amante do costureiro, são a perfeita combinação para compor o triângulo na vida de Woodcock e ajudar a dar mais brilho ao personagem de Daniel Day-Lewis. Lesley Manville está na disputa da estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante. Muito justa a indicação.

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O figurino de “Trama Fantasma” também concorre à maior premiação do cinema nesta categoria. A reconstituição de época – a história se passa na década de 1950 – com os figurinos deslumbrantes, principalmente as criações do estilista para Alma desfilar com ele pela sociedade, é um dos pontos positivos da elegante produção.

No drama, Reynolds Woodcock é um homem carente, ciumento, egocêntrico e perfeccionista, cercado por funcionários e bajuladores, que é controlado até em suas relações amorosas pela irmã Cyril sua aliada na Maison. Ele nunca se prende a nenhuma mulher, até conhecer Alma, uma garçonete simples que irá se tornar sua amante e musa inspiradora. Apesar de parecer frágil, ela fará uma revolução na vida de Woodcock e será capaz de tudo para manter o controle sobre seu grande amor.

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O roteiro de Paul Thomas Anderson, também diretor e produtor de “Trama Fantasma”, é muito bom, conduz a um labirinto de emoções do personagem principal. O elenco cumpre muito bem seu papel, ancorado pela bela trilha sonora instrumental de piano de Jonny Greenwood. Mas do meio em diante a história se torna cansativa, arrastada. São 2h11 que parecem 4 horas. O final, apesar de não surpreender, agrada, mas dificilmente vai superar os dois mais cotados – “A Forma da Água” e “Três Anúncios Para um Crime“.

Ficha técnica:
Direção, produção e roteiro: Paul Thomas Anderson
Produção: Annapurna Pictures / Focus Features
Distribuição: Universal Pictures do Brasil
Duração: 2h11
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)