Maristela Bretas
Muitas foram as formas encontradas pelos produtores e diretores para destruir a Terra e o espectador ainda verá outras centenas no cinema, pois a criatividade ainda é grande. Mas este não é o caso de “Tempestade: Planeta em Fúria” (“Geostorm”), primeiro longa dirigido, roteirizado e produzido por Dean Devlin, responsável pela produção de “Independence Day: O Ressurgimento” (2016). Devlin usa e abusa nos efeitos visuais nas cenas de desastres climáticos, o que era esperado para o gênero.
Mas quando se trata de enredo, este é bem fraco. Nada de novo, pelo contrário, pega um pouquinho de outros antigos sucessos, como “2012” (2009) e “O Dia Depois de Amanhã” (2004) e amplia na destruição sem passar nenhuma mensagem clara. Se o objetivo era só mostrar o estrago que a natureza pode fazer, o diretor foi até além: mostra o Rio de Janeiro assolado por uma onda gelada, o Afeganistão vira uma calota polar, derruba um avião no centro de uma cidade, inicia inúmeros furacões na Ásia. Tudo em enormes proporções.
E esse exagero climático, apresentado no trailer de divulgação, funcionou bem com o público e já no primeiro final de semana de estreia levou o filme à liderança nos cinemas brasileiros. “Tempestade: Planeta em Fúria” foi assistido por quase 290 mil pessoas, com arrecadação de mais de R$ 5,3 milhões em bilheteria. Atingiu seu propósito, mas não quer dizer que seja uma ótima produção. Poderia ter um enredo melhor elaborado.
Há ainda tem um ponto duvidoso: a escolha de Gerard Butler como protagonista: há momentos em que ele parece incorporar o personagem Milo Boyd, de “Caçador de Recompensas” (2010), e em outros, o agente da CIA Mike Banning, de “Invasão à Casa Branca” (2013) e “Invasão a Londres” (2016). Não combina muito, mas atrai público. Andy Garcia (o vesguinho mais charmoso de Hollywood) é o presidente dos Estados Unidos, assessorado por Ed Harris, que sempre deixa a dúvida se está na pele de mocinho ou vilão. O elenco conta ainda com Jim Sturgess, Abbie Cornish, Alexandra Maria Lara, Eugenio Derbez e Daniel Wu.
Na história, um acordo entre líderes mundiais cria uma rede complexa de satélites que controla o clima no planeta, após uma série de desastres naturais. Porém, o sistema começa a apresentar falhas, atacando diversas cidades pelo mundo (incluindo o Rio de Janeiro), o que faz os pesquisadores iniciarem uma corrida contra o tempo, antes que o defeito provoque uma devastação total, que eles chamam de Geostorm.
Para resolver o problema é convocado o criador do programa, o cientista Jake Lawson (Gerard Butler), um cara sarcástico, separado da mulher, que tenta viver bem com a filha adolescente, mas não se dá bem com o irmão Max (Jim Sturgess), funcionário do alto escalão do governo. No espaço, Jake vai ter como aliada a astronauta alemã Ute Fassbinder (Alexandra Lara) que comanda a Estação Internacional, que controla toda a rede.
Na Terra, Max vai precisar provar que os ataques são propositais e só poderá contar com o apoio do amigo e cientista Cheng Long (Daniel Wu) e da namorada e agente do serviço secreto Sarah Wilson (Abbie Cornish) para convencer o presidente Andrew Palma (Andy Garcia) e o secretário de Estado Leonard Dekkom (Ed Harris) sobre o perigo.
Entre explosões, carros voando, aviões e pássaros congelados caindo do céu, calotas polares derretendo, tsunamis gigantescos inundando e destruindo cidades inteiras, “Tempestade: Planeta em Fúria” é para quem gosta muito do gênero filme-catástrofe. Não espere uma boa história, apenas muitas cenas de desastres ambientais, do início ao fim, em proporções tão exageradas que algumas chegam a ser engraçadas.
Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Dean Devlin
Produção: Skydance
Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil
Duração: 1h49
Gêneros: Ação / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)
Eu acho que este gênero é bom. Sempre acompanhei os filmes do Gerard Butler, e quando soube que ele lançaria o filme de Tempestade, esperei com todo o meu ser a estréia. Devo dizer que me surpreendeu. Realmente vale a pena todo o trabalho que a produção fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. Os efeitos especiais me surpreenderam Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza. Para mim Gerard Butler é o mais grande motivo do sucesso deste filme.