Presidente do Sistema Ocemg afirma que, além de fatores econômicos, aspectos sociais e proximidade com as comunidades contribuem para o bom desempenho apresentado pelo segmento
“Sonhos prosperam aqui”. Não foi à toa que o Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (WOCCU) escolheu este tema para o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, comemorado na terceira quinta-feira do mês de outubro. Com um conjunto de produtos e serviços atraentes e preços e taxas competitivos, o ramo vem conquistando cada dia mais adeptos e se destacando com números mais expressivos, ano após ano, em todo o mundo. A data, celebrada hoje, 19 de outubro, foi instituída com o objetivo de firmar a essência do poder transformador de realidades que o modelo cooperativista confere ao sistema financeiro.
Os preceitos sólidos e éticos das cooperativas de crédito permitem que o sistema cresça à margem do cenário econômico. Mostra disso é que, no Brasil, mesmo em período de recessão e altas taxas de juros, os ativos totais das cooperativas cresceram 18,1% em 2016, saltando para R$ 154,1 bilhões, segundo o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, divulgado no início deste segundo semestre, pelo Banco Central. O documento aponta que o número de pessoas físicas e jurídicas associadas a cooperativas de crédito cresceu principalmente nos últimos três anos, período em que este indicador evoluiu a taxas superiores a 10%, alcançando 8,9 milhões de brasileiros.
A participação das cooperativas de crédito aumentou em todos os principais indicadores do Sistema Financeiro Nacional (SFN), atingindo seu máximo histórico. De acordo com o relatório, a atuação das cooperativas no patrimônio de referência do SFN aumentou 3,9% no último ano. No montante dos ativos, as cooperativas são 1,87% do SFN e, na carteira de crédito, 2,41%. Já no volume de depósitos, as cooperativas somam 4,26%. Os ativos totais das cooperativas cresceram 18,1% em 2016, para R$ 154,1 bilhões. Desse total, 71% estão em cooperativas de crédito rural, 24% em unidades crédito mútuo e 5% em instituições de livre admissão. Da carteira ativa, 66% são voltados à pessoa física.
De acordo com o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, o desempenho das instituições financeiras cooperativas se deve à forte atuação local e à proximidade de seus cooperados, mesmo neste período de dificuldades, mantendo os estímulos ao desenvolvimento e o apoio às comunidades em que estão inseridas. “Uma das principais vantagens do cooperativismo de crédito é a sua capilaridade, já que as cooperativas de crédito, muitas vezes, são as únicas instituições financeiras presentes em determinadas localidades”, afirma.
Em Minas Gerais, das 768 cooperativas associadas à organização, 190 são do ramo crédito, contabilizando mais de 1,1 milhão de associados e gerando cerca de 9,3 mil empregos.
Vantagens sobre o sistema convencional
Conta corrente, cartões de crédito e de débito, operações diversas, financiamentos, linhas de crédito e muitos outros serviços. As cooperativas guardam muitas semelhanças com os bancos comerciais, mas os diferenciais que contam a favor do sistema cooperativo são significativos. “Os cooperados são mais que clientes, são os donos do ‘negócio’ e participam das decisões – isso, aliás, é uma das maiores vantagens que o sistema cooperativo proporciona e um dos principais pontos de atratividade para expansão do setor”, afirma Scucato.
Os usuários das linhas de crédito se beneficiam de taxas diferenciadas e da redução de tarifas, sem falar das aplicações e de sua rentabilidade atrativa. Assim como o SFN, o sistema cooperativo de crédito é assegurado por um fundo garantidor constituído nos moldes do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que atende os bancos convencionais. Por terem diferentes atuações, o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) e o FGC são independentes, mas compartilham a mesma cobertura de R$ 250.000,00 por CPF ou CNPJ para recuperar os depósitos ou créditos das operações financeiras em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial.
Investimento em capacitação
Para atender a uma demanda do Conselho Especializado do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (Ceco/OCB) e do Banco Central do Brasil, o Sistema Ocemg realiza o Programa Formacred, voltado para conselheiros administrativos e fiscais de cooperativas de crédito. Entre os objetivos do Programa estão o aperfeiçoamento técnico e comportamental, a contribuição para o aprimoramento da governança corporativa nas cooperativas de crédito, bem como para o processo de desenvolvimento, profissionalização e aumento da competitividade desses empreendimentos frente ao Sistema Financeiro Nacional. No dia 19, data que será celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, este ano, será iniciado, na sede do Sistema Ocemg, o módulo 4 do programa iniciado em abril e com término previsto para novembro, totalizando 88 horas de formação.