Amityville - O Despertar é uma colcha de retalhos fraca e sem criatividade (7)
Produção tenta explorar novamente a história da casa mal-assombrada que ainda existe no vilarejo norte-americano (Fotos: Dimension Films/Divulgação)

Maristela Bretas

Mais um filme de terror sobre a famosa casa mal-assombrada de Amityville, que já recebeu diversas versões. A melhor delas seria a de 1979 – “Horror de Amityville”, com James Brolin e Margot Kidder. Mas a cada produção, parece que os roteiristas só vão piorando a qualidade e entregando material que nem deveria sair do papel. É o caso de “Amityville – O Despertar” (“Amityville: The Awakening”), que entra em cartaz nos cinemas nesta quinta-feira e pode ser colocado na categoria daqueles que não valem gastar com o ingresso.

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O filme pode até tentar aproveitar a temporada de terror que está nas salas de cinema, alguns ótimos, como “It – A Coisa” e “Annabelle 2 – A Criação do Mal“, outros nem tanto. Mas está anos-luz de ser uma boa produção. Ele é fraco, sem impacto, cheio de clichês e ainda usa cenas da versão de 1979 e imagens do livro “Horror em Amityville – A Verdadeira História”, de Jay Anson, para explicar o que aconteceu na casa mal-assombrada.

O diretor e roteirista Franck Khalfoun não teve criatividade. Chega a ser ridícula a história: todo mundo na cidade sabe a tragédia e os casos de moradores que foram mortos ou fugiram do local por causa de uma entidade do mal que lá habita. Mas os novos moradores se mudam sem conhecimento dos fatos. Mesmo depois de fatos estranhos começarem a acontecer, a atual dona, Joan, papel de Jennifer Jason Leigh, insiste em ficar esperando que a entidade do mal tire seu filho James (Cameron Monaghan) do estado vegetativo.

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O roteiro é uma colcha de retalhos sem rumo – uma hora explora a relação conflituosa de Joan com a filha Belle (Bella Thorne), gêmea de James, ao mesmo tempo que coloca a jovem fazendo novos amigos na escola e caindo de boba por ser a moradora da casa do mal. Além de aparições e ataques durante a noite, como todo filme feito de clichês, há também uma filha pequena, Juliet (McKenna Grace) que ouve vozes e conversa com a entidade. E a tia Candice (Jennifer Morrison) que sabe de tudo o que ocorreu lá no passado e ainda deixa a irmã ficar com os filhos no local.

Os atores são fracos, não conseguem dar o clima exigido pelo gênero, a trilha sonora nem dá para lembrar qual era, e o final, apesar de previsível, poderia ter sido melhor e salvar a produção, joga uma pá de cal. “Amityville – O Despertar” poderia ser mais um sucesso da Blumhouse, produtora especialista em filmes de terror e suspense, que tem em seu catálogo, sucessos como “Corra!” e “Fragmentado“, além das franquias “Atividade Paranormal” e “Uma Noite de Crime” (“The Purge”). Dispensável.

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A maldição da casa

Durante a madrugada de 13 de novembro de 1974, na casa localizada na Ocean Avenue 112, na pequena Amityville, em Long Island (EUA), Ronald DeFeo Jr., de 24 anos, matou o pai, a mãe e quatro irmãos a tiros de escopeta enquanto dormiam. Na época, ele alegou que estava possuído e que vozes vindas da casa mandaram que ele cometesse a chacina. Ele foi condenado a 150 anos de prisão e ainda está vivo.

A casa depois foi alugada por outro casal com filhos que saiu corrido de lá depois de 28 dias. E não foram poucas as histórias de fenômenos assustadores na casa ao longo dos anos seguintes, até hoje.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Franck Khalfoun
Produção: Blumhouse Productions / Dimension Films / Miramax Films
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h25
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2 (0 a 5)