Ações de prevenção e tratamento são destaques na última década e reduziram número de fumantes no Brasil
“O Brasil tem conseguido reduzir o número de fumantes nos últimos anos, devido a inúmeras campanhas, aumento de impostos e tratamentos específicos com fumantes ativos e passivos, porém o cigarro ainda mata e muito”. Essa é a opinião de Jaqueline Xavier, gerente de gestão em saúde da Vitallis Sanitas, uma das maiores operadoras de planos de saúde no Brasil. E os números comprovam a afirmação de Jaqueline. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos 25 anos a porcentagem de fumantes diários no país caiu de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres.
Apesar da queda, o Brasil ainda não fica muito atrás de países com alto índice de fumantes. O país ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens). “Neste dia 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo é importante reforçar a reflexão sobre os males provocados no organismo pelo tabagismo aos fumantes ativos e passivos e também apoiarmos ainda mais campanhas contra o vício do cigarro, bem como esclarecer sobre as opções de tratamento disponíveis hoje em dia”, comenta Jaqueline Xavier.
A dependência química causada pela nicotina do cigarro é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como doença desde 1997. O tabaco aparece como responsável por uma série de doenças graves e fatais. A gerente da Vitallis explica que a decisão de parar de fumar não é uma tarefa fácil. “Em muitos casos, o tabagista precisa de apoio para largar o vício. O próprio Sistema Único de Saúde (SUS) oferece desde 2004 um tratamento gratuito nas Unidades Básicas de saúde e nos hospitais para quem deseja parar de fumar e não consegue”.
No mundo mais de 6,4 milhões de mortes foram associadas ao cigarro. Metade dessas mortes teriam ocorrido em países como China, India, Estados Unidos e Rússia de acordo com estudo divulgado em 2015 pela publicação científica The Lancet. O estudo ainda constatou que naquele ano aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo fumavam diariamente: um em quatro homens e uma em cada 20 mulheres.
Apesar do governo brasileiro ter realizado diversas medidas para reduzir o consumo de cigarro no país, outras medidas estão sendo estudadas. Exemplo disso é o aumento do preço dos cigarros em 50% e a proibição de aditivos de sabores ao cigarro, pois, afinal, esse é um subterfúgio para atrair adolescentes para o consumo de tabaco.
Jaqueline lembra que a boa notícia é que existem cada vez mais formas efetivas para ajudar o cidadão que deseja largar o vício do cigarro. O tratamento pode passar por grupos de apoio com ajuda psicológica aliado à terapia medicamentosa. Além de contornar a abstinência é preciso também desvincular o cigarro de emoções como tristeza e alegria e ou de hábitos como tomar café ou ingerir bebida alcóolica. A avaliação médica é indispensável para indicar o tratamento ideal personalizado a cada paciente.
“Assim a mudança de hábito comportamental é um foco a ser abordado para evitar o tabagismo. Mais e mais campanhas devem ser sempre estimuladas contra o tabagismo ainda na idade infantil. Pesquisas revelam que é na adolescência que muitos se iniciam no vício do cigarro. Por isso, a importância de uma ação conjunta entre escolas, sociedade, governos e comunidade médica na luta contra o tabaco”, ressalta Jaqueline Xavier.